quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A BALA QUE VIROU FLOR (CORDEL)




A bala que virou flor

Amigos, quero contar
Uma história escalabrosa
Aconteceu em uma escola
Muito bonita e vistosa.

A Escola Anísio Teixeira
Fica no Setor dois
Aqui tudo acontece
E não deixa para depois.

Uma quinta-feira horrorosa
O tempo estava fechado
As nuvens adivinhavam
O dia seria marcado.

Chegaram alunos e professores
Funcionários e diretores
Todo mundo concentrado
Querendo ser promissores.

Lá longe vem a viatura
Todos muito alarmados
Querendo deixar os bandidos
Totalmente desarmados.

Os danados corriam tanto
A polícia no encalço
Passaram bem no ponto
Onde desceram o balaço.

No portão da linda escola
Ficou um buraco aberto
A bala passou raspando
Na cabeça quase acerta.

Algo de bom aconteceu
Com a proteção do Nosso Senhor
Tirando da sala de leitura
Todo e qualquer leitor.

Graças a Deus a bala
Não pegou em ninguém
Ficaram só as capas de bala
E o buraco também.

A professora que lá estava
Na hora nada pensou
Depois é que percebeu
O mal que Deus evitou

Lá no painel da sala
Onde fala sobre leitura
Ficou o buraco da bala
Mostrando bem a altura.

Se tivesse algum aluno
Ali naquele momento
Pela altura do buraco
Teria sido um tormento.

Obrigada, meu bom Deus
Por a todos ter livrado
De um terrível acidente
Que a morte teria marcado.

Depois de algum tempo
As lembranças o tempo levou
Pois o buraco da bala
Em uma flor se transformou.

Autoria:
Professoras: Aurecy e Ivonete
Novembro/2009.
*Esta história é verdadeira e resolvemos contá-la em Literatura de cordel para que fosse utilizada como exemplo para as turmas que estão trabalhando com este tipo de texto.
*NO DIA 03.09.2009, A POLÍCIA PASSOU EM FRENTE À ESCOLA PERSEGUINDO DOIS BANDIDOS. FOI AQUELA CONFUSÃO POIS COMEÇARAM A ATIRAR E UMA DAS BALAS ATRAVESSOU O PORTÃO DA FRENTE DA ESCOLA. A BALA PASSOU BEM NO MEIO DO PÁTIO E FOI ACERTAR A PORTA DE VIDRO DA SALA DE LEITURA E ATINGIU UM PAINEL ONDE ESTÁ ESCRITO a seguinte FRASE "Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo"-Paulo Francis.
*Lá ficou um buraco. Cada criança ou adulto que entrava na sala, ia direto ao painel para ver onde a bala havia atingido e , não contentes em ver o local, ficavam colocando o dedo. Esta atitude das pessoas começou a me incomodar e resolvi dar um jeito naquele buraco.
*Depois de pensar um pouco, vi que dava para recortar papel camurça em forma de flor e fazer do buraco, o miolo da flor e foi exatamente isso o que fiz. No início , ainda apareceram alguns curiosos que estragaram o miolo da flor para ver a profundidade do buraco da bala.
*Resolvi então, tapar o buraco antes de fazer o miolo da flor, coloquei uma bolinha de papel que preencheu diretinho o local.
* A professora Marilac entrou na sala e comentou que achou interessante o fato de uma coisa ruim, como um tiro, ter se transformado em uma flor. O comentário dela não saiu do meu pensamento e depois disso, comentando com a professora Aurecy resolvemos contar um pouco da história.