sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A NOVA CIDADE - Leandro de Matos Brusch

A NOVA CIDADE



Nasci no estado do Paraná e fui criada em uma fazenda, comecei ir para a escola com doze anos, pois a única escola que tinha naquela localidade era muito longe da minha casa, e eu não tinha como ir porque meu pai trabalhava o dia todo e não podia me levar nem a meus irmãos, mas depois pudemos ir sozinhos para a escola.
Meu pai havia investido todo o nosso dinheiro em algumas cabeças de gado e em uma enorme plantação de feijão, mas houve uma grande tempestade com chuva de granizo e destruiu toda a plantação de feijão e matou todo o gado. Nós tivemos que ficar embaixo de uma mesa bem resistente para não sermos atingidos pelas pedras de gelo, e nesse dia perdemos tudo o que meu pai e minha mãe haviam construído, ficamos sem nada e tivemos que tentar fazer alguma coisa.
Então meu pai ficou sabendo que tinha uma nova cidade que estava começando a se desenvolver e que estavam sorteando terrenos, decidimos nos mudar para essa nova cidade em busca de um recomeço.
Foram muitos dias de viagem porque a estrada era muito ruim e o ônibus quebrava constantemente. Quando chegamos à nova cidade, Ariquemes, eu estava com dezoito anos, e no começo estava odiando a cidade, era muito quente e com muita poeira, era horrível, mas fui me acostumando, ganhei um terreno e comecei a cuidar da minha vida como meus irmãos.
Eu já estava morando sozinha quando conheci um lindo rapaz, em um churrasco na casa de minha vizinha, namoramos por sete meses e nos casamos. Decidimos criar nossa própria empresa, uma loja de móveis usados. Estava tudo muito bom e eu até engravidei de minha primeira filha que se chama Carina, era o bebezinho mais lindo do mundo. Depois de três anos e dois meses tive meu segundo filho, Maicon David e foi uma alegria só, estava muito feliz e a cidade a cada dia mais bonita e gostosa de viver.
Um ano depois de ter ganhado meus dois filhos fechei meu móveis usados e meu marido e eu decidimos fazer uma coisa nova na cidade, e então com o dinheiro da venda da loja compramos três mini bugs e em nosso terreno criamos uma pista e cobrávamos 1 real a cada volta de mini bug, era uma febre, todos os jovens queriam andar na pista.
Dois anos e seis meses depois do nascimento do meu segundo filho nasceu o terceiro, esse era o mais lindo de todos, branquinho, chamado Leandro. E a cidade que no começo eu odiava hoje amo e não troco Ariquemes por nenhuma outra.

Essa história foi vivida por Rosimeire de Matos e contada por Leandro de Matos Bruch, seu filho e não termina aqui, pois todos os personagens ainda vivem e continuam escrevendo suas histórias.

(Leandro de Matos Brusch)
Prof.:ROBERTA

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